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foto: Alex Assis |
Nome do cenário independente carioca, a Atom Pop lança o
primeiro álbum da carreira. Em 10 faixas, o trabalho homônimo mistura o som dos
sintetizadores com o rock n’ roll da cena atual e de décadas memoráveis da
música. “Atom Pop” está disponível em todas as plataformas de streaming.
A banda lança o registro depois de um longo período
experimentando sons, buscando referências e aprendendo a gravar, arranjar e
mixar. De forma independente, a Atom Pop criou todo o material, levando as
influências do experimentalismo e psicodelia a um novo patamar. As músicas,
algumas compostas ao longo de cinco anos, expressam os cotidianos e
personalidades dos integrantes, trazendo em cada faixa suas referências
musicais.
AtomPop é uma banda independente carioca com influência nas
décadas de 60, 70 e 80. Formada pelos músicos Alex Assis (bateria e samples),
Bruno Pierantoni (vocais, sintetizadores e guitarra), Eduardo Bellon (vocais e
guitarra) e Leonardo Maciel (vocais e baixo), o grupo contagia com a sonoridade
saudosista e ao mesmo tempo moderna e hipnotizante.
Faixa a faixa:
1. Synthpop Memories
Bruno: Foi a primeira vez que usamos o icrokrg como o ponto
de partida para composição de uma música, algo que veio a se tornar muito comum
dali pra frente. Ela tem vários timbres de sintetizador, todos tirados do mesmo
instrumento e que na verdade eram experimentações da gama de possibilidades que
aquele sintetizador oferecia. A Synthpop tem uma energia própria. Uma moral e
um respeito que só ela tem, tipo um senhor de idade. O andamento meio lento faz
com que o ouvinte entre na vibe dela e entenda a mensagem que ela passa de uma
forma muito mais estética e sonora do que lírica.
2. I Want It All (To Be Just Like I Dreamed)
Bruno: Essa música foi uma das últimas a serem compostas
para esse disco. Ela surgiu do fato de que no geral o andamento das nossas
composições é meio lento e queríamos fazer algo diferente dessa vez. Soltamos
um beat um pouco mais rápido, subdividimos as trocas de acordes e ela foi
aparecendo. Nunca foi a nossa intenção fazer uma música com pegada anos 80, mas
pelo visto é isso que acontece quando a gente tenta acelerar a nossa vibe
synthpop-rock chapante. O refrão é bem interessante porque a grande diferença
dele é o coro em falsete. Adotar características do Pop chiclete tocadas da
nossa maneira sempre foi algo que a gente apreciou, então conseguir inserir
esse "grude" na música, mantendo toda a alma da composição acabou
sendo uma das coisas que a gente mais gostou no resultado final.
3. Nothing Comes Easy
Bruno: Uma vez vi uma entrevista onde o John Frusciante
(Ex-Red Hot Chili Peppers) dizia que as músicas já existem no mundo e o
trabalho de um compositor é só rearranjar os sons que aparecem na cabeça e
torná-los realidade. Essa música foi isso desde o começo. Quando ela surgiu na
minha cabeça, o ritmo e os acordes já estavam lá. Assim que toquei os acordes,
o riff principal simplesmente veio, e assim que terminei o riff parecia óbvio
ir para o refrão do jeito que ele é. Tão óbvio que durante um tempo eu relutei
em aceitar o refrão por achá-lo pop/clichê demais. Sorte que, quando eu mostrei
o refrão que eu pretendia evitar pro Eduardo, ele me incentivou a mantê-lo do
jeito que é. Hoje em dia é muito legal ver a aceitação que essa música tem com
o público e já ouvimos muitos comentários sobre como dá vontade de cantar junto
o refrão. Santo Eduardo!
4. Come On!
Eduardo: Essa aqui também é uma das mais recentes. O riff
surgiu primeiro, abrindo espaço pra letra-melodia mais simples do álbum.
Confesso não saber o que fazer quando ela surgiu, afinal eu nunca tinha ouvido
um riff de hard rock 70s numa música com estética 80s. Mas minha relutância foi
logo embora, pois todos os outros gostaram da canção, que fala sobre a minha
Vênus em Áries (risos).
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foto: Alex Assis |
5. Atmosphere
Bruno: Em 2013-2014, quando essa música foi criada, a Atom
Pop era bem mais rock que hoje em dia. Por isso, durante muito tempo, por ter
uma vibe bem mais synthwave-chill, ela fez parte de um projeto pessoal meu. Com
o tempo, os dois projetos acabaram se tornando uma coisa só e ela migrou para a
banda. A letra trata dessa zona (a atmosfera) que o compositor se coloca para
buscar suas inspirações. Reza a lenda que a versão original (2014) da música
ainda está perdida pelo Youtube.
6. Way Home
Eduardo: Nasceu de uma frase composta no teclado que eu
resolvi cantar exatamente igual. A letra é uma meditação guiada pra uma pessoa
que sempre buscou a felicidade duradoura do lado de fora, mas sem obter
sucesso. O que eu chamo de 'casa' (home) é o estado de pura presença que, pra
mim, está no background de todas as coisas, moldando eventos em prol da nossa
evolução/harmonização pessoal. Assim, tudo que acontece nas nossas vidas
conspira pra voltarmos pra ele, numa jornada interna que é refletida do lado de
fora na busca pelo nosso propósito mais sincero (nossos "sonhos",
seja lá quais forem eles).
7. Seaside Waltz
Bruno: Um dia, eu e Eduardo estávamos na praia e de repente
surgiu uma bailarina ensaiando os passos de uma dança na beira do mar. Ela dançava
muito bem, era fim de tarde, uma visão muito bonita. No fim daquela noite,
comecei a experimentar ritmos de valsa no violão e a melodia surgiu acompanhada
de uma letra inspirada na bailarina que tínhamos visto. Essa melodia, por
sinal, é a que eu mais gosto de todo o disco.
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CAPA DO DISCO |
8. Colors of Creation
Bruno: Essa é uma das músicas que a gente mais gosta de
tocar ao vivo. A intenção inicial era que ela tivesse uma onda meio The Doors,
mas no final acabou não ficando muito assim. A canção na verdade é um convite
pro ouvinte prestar um pouco mais atenção nos sentidos e na beleza da vida.
9. In Your Mind
Bruno: Talvez uma sequela profunda deixada pelo Black
Sabbath nas nossas vidas explique essa música. A verdade é que além de toda a
nossa vibe synthpop/chillwave a gente cresceu ouvindo rock. Bandas como Led,
Sabbath e Deep Purple sempre estiveram presentes nas coisas que a gente ouvia.
Pelo visto isso se manifestou nessa música. Ela é crua, sem firulas, com um
riff pesado e uma estrutura bem rock n' roll.
10. Last Bus Home
Bruno: O dedilhado inicial foi o que originou essa música.
Na época, acho que ouvíamos muito Beatles e essa estética psicodélica indiana
era algo que queríamos colocar no nosso som de alguma forma, daí veio a ideia
de pôr as tablas que fazem a percussão na primeira metade da música. Não é à
toa que a gente se refere a ela como "Indiana" dentro da banda.
Ouçam o disco:
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