O filme conta em sua duração de 1h e 45m a história da jovem Verónica (Sandra Escacena) de 15 anos que decide usar um tabuleiro ouija com suas amigas para contatar o espírito de seu pai. A partir daí algo não humano começa a destruir a sua sanidade mental e acaba colocando seus irmãos menores em perigo.
Dirigido e escrito por Paco Plaza (contribuição de Fernando Navarro no roteiro), a mente brilhante por trás dos três primeiros filmes da quadrilogia "REC", trouxe um trabalho de suspense com variadas pitadas de terror que funcionam por diversos motivos. Desde a fragilidade da protagonista de pouca idade que se desdobra em estudar e cuidar dos irmãos mais novos enquanto sua mãe trabalha em tempo integral, até a tensão religiosa do colégio católico onde Verónica estuda e onde a "Irmã Morte" faz o papel de "comprovadora" do sobrenatural, aquela figura paranormal porém do bem.
Verónica aparece com Irmã Morte em cena. |
As atuações por sua parte são todas incrivelmente realistas, tanto de Sandra Escacena no papel da protagonista como também de Ana Torrent no papel da mãe viúva, que apesar de não ter grande destaque na trama, entrega bons momentos de tensão. As crianças também não deixam a desejar e trazem atuações convincentes.
Ana Torrent como mãe de Verónica. |
A nostalgia também é trabalhada no filme, afinal se passa nos anos 90, então todo o longa traz esse ar nostálgico desde pequenos detalhes na decoração da casa onde se passa maior parte do filme até as vestimentas.
Apesar de tratar do sobrenatural, o filme é baseado em fatos reais e tenta buscar nesse relato um alicerce que não é deixado de lado, o diretor dispensou cenas obvias, apostou na criação do suspense, evolução da personagem principal e trouxe um produto nada convencional que trata de terror sem apelar para total escuridão, jumpscare ou atuações exageradas. E é muito bom um filme como Verónica vir de um lugar que não fique na América do Norte e que ainda tenha uma qualidade muito superior à maioria dos filmes lançados nesse mesmo intervalo de tempo.
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