Por: Camilla Souza
Não que visão de raio-X, supervelocidade, superforça ou outros superpoderes sejam elementos comuns à raça humana, mas o imaginário construído e disseminado socialmente de um herói. Geralmente, será homem, alto, musculoso, branco, norte-americano ou europeu.
Nada parecido com um montão de gente, que, coincidentemente, é associada à ideia de vilã ou incapaz de fazer algo de bom.
Nos últimos anos, as empresas de entretenimento resolveram ceder a uma cobrança constante das múltiplas parcelas da população que não se sentem representadas por ninguém. E, quando são, as personagens são secundárias, com participações ínfimas ou permeada de estereótipos.
Em 2016, ano de lançamento do novo “Ghostbusters”, vi uma foto que me fez ter certeza da importância da representatividade nos filmes: uma menina negra vestida com a roupa das caça-fantasmas com um sorriso enorme de admiração ao ver as atrizes do filme pessoalmente.
Elenco de Ghostbusters (2016). |
Outro ponto importante é a recaracterização de personagens femininas, com trajes menos sexualizados. Se um herói cobre todo o corpo por que não a heroína? Por que antes mesmo de ser associada aos seus poderes ela precisa servir como combustível para fetiches? Essa ainda é uma pergunta que incomoda membros da comunidade nerd que acham desnecessárias todas essas mudanças. “A geração mimimi tá enchendo o saco”.
E ainda bem que tá. Caso contrário, não teríamos avançado quase nada. Sei bem que o interesse comercial é muito mais forte que o social para as grandes produtoras, e que ainda falta muito a fazer. Mas, por enquanto, vamos seguir vendo cada vez mais crianças negras, mulheres, LGBTTQ+ representados em produções que tinham cara, cor, orientação sexual e alvo seletivo.
Por falar nisso, não vejo a hora do lançamento de “Pantera Negra”.
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