Os cantores Vitor Kley e Bruno Martini acabam de lançar o
single 'Morena', com direção artísica de Rick Bonadio. A parceria quebra
um estigma mais antigo ainda – de que música orgânica e eletrônica eram como
água e óleo: você poderia até tentar, mas não conseguiria um resultado
homogêneo.
Com a voz, violão e melodia, Vitor Kley explodiu e somente o
clipe de seu maior sucesso, “O Sol”, bate em 32 milhões de visualizações no
YouTube. Ou seja, música boa em seu formato mais simples.
Com o bom gosto harmônico no universo eletrônico e talento
na pilotagem da mesa, Bruno Martini deve estar batendo enquanto você lê este
texto no meio bilhão de streams no Spotify. Música boa em seu formato mais
digital.
O produtor Rick Bonadio, que fez a direção artística de
“Morena” e toca baixo na canção, e o músico e diretor de marketing Helio Leite
sentiram que daria liga e os apresentaram.
Eles se deram bem de cara, foram para o estúdio e iam gravar
uma canção quando Vitor começou a levar “Morena” no violão, baseada numa
história real.
“Caraca, essa música é demais. Tem que ser essa”, falou
Bruno ao ouvi-la. “It’s amazing”, concordou o produtor gringo que o
acompanhava, mesmo sem entender a letra.
“E a gente se deu bem mesmo. Rolou aquela energia boa desde
o primeiro segundo”, diz Vitor. “Tanto que de parceiros viramos amigos de
balada”, brinca Bruno.
A combinação deu tanta liga que nem se percebe os universos
eletrônico e orgânico em mescla. Um beat em loop abre em sincronia com o violão
de Vitor, “Ela riu do meu cabelo/Ela é menina da Zona Sul/Ela é sol, é verão, é
poema, é canção/Que alegra meu coração (...)”, em levada que tanto pode ser
ouvida na praia quanto na balada. Ou em qualquer lugar que imaginar entre os
dois ambientes.
“(‘Morena’) Foi uma união de forças. Nós dois gostamos de
música boa, sem preconceitos. Ele trouxe um lance mais gringo, eu coloquei meu
violão e voz, unimos os dois mundos. Fora que ele é um baita produtor, grava
com os melhores, tipo Timbaland. É um geniozinho”, se diverte Vitor.
E qual é a expectativa para essa união dentro desse ritmo de
tamanho sucesso pelo qual os dois passam?
“A vida não erra. Tudo acontece no seu tempo, e acontece o
que tiver que acontecer. Somos apenas instrumentos de passagem (da música). O
povo é que decide”, filosofa Vitor.
“Que assim seja, amém”, como canta ele em “O Sol”.
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