Foto: Andrea Barbuor |
Os projetos de financiamento coletivo para a produção de um
disco tem crescido bastante entre os artistas independentes que buscam gravar
um álbum, e com a Zé Pereira não foi diferente, o primeiro disco de Felipe de
Paula, Lucas Pierri e Felippe Rodrigues foi conquistado com a ajuda de amigos e
fãs que financiaram o trabalho através do Cartase, famosa plataforma online
direcionada para crownfunding. Funciona basicamente assim, as
pessoas que acreditam no projeto doam quantias de diferentes valores, recebem
recompensas e ainda ajudam artistas da cena independente a realizarem
seus sonhos.
Gravado no Veredas Estúdio, o primeiro disco da trajetória
da Zé Pereira é homônimo e independente. Com produção
de Zé Pereira, Rafael Posnik e Iran Ribas, que também assina a mix e
a master, o álbum conta com participações especiais de Gustavo Borges, Maiana
Monteiro, Luri Mantoani, Fernando Foca, Norma Odara e Marina
Melo. A estética é definida como Tropical Urbano e o som
como pop-latino-experimental que, basicamente, quer dizer a junção de
nuances de ritmos quentes do norte e nordeste somado a temática
árida da capital paulista. "Esse é um álbum contemplativo e solar que
retrata o cotidiano de personagens de uma grande cidade como São Paulo. As
canções falam de quereres, movimentos, das dificuldades de ser, de estar e de
viver em uma metrópole. E talvez a mensagem principal seja a de que
questionar os problemas seja inevitável quando se mora em uma grande cidade”,
explica o vocalista Felipe de Paula.
O disco composto por dez faixas é iniciado com “Belo
Belo”, com uma melodia poética que percorre pelo campo da sensualidade e exalta
os quereres, que no final criam um universo próprio, cheio de experimentações e
texturas. Outra que se destaca é “Pulso”, que inspirada em gírias rápidas
do Baiana System destaca locais clássicos de São Paulo, como a Rua Augusta,
Avenida Paulista e seus habitantes, apresentando um ska dançante e que define a
cidade cinza. Já “Voador” traz o swing do axé para contar a história de
um catador de produtos recicláveis. É uma canção forte que sintetiza tudo o que
a Zé Pereira é. Não por menos, foi escolhida para encerrar o
disco. A ilustração da capa do disco foi criada pelo mestre Kiko
Dinucci, que se inspirou na estética da xilogravura
capa do disco |
Para essa criação, os paulistanos juntaram suas principais
referências que vão do tropicalismo à lira paulistana. O atual momento da
música brasileira também é um fator inspirador para o trio que bebe da fonte de
artistas como Liniker, Metá Metá, Lucas Santtana, Dona Onete, Curumim e Siba,
para citar alguns dos exemplos.
Nos próximos dias, os músicos se preparam para o show de
lançamento que acontece em 04 de novembro (sábado), na Associação Cultural
Cecília (SP), e já contam com outros compromissos na agenda, como apresentações
no Teatro da Rotina e Breve.
Ouçam o disco abaixo:
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