A banda de rock baiano "Dona
Iracema" vem agitando os quatro cantos do Brasil com seu hardcore atípico.
Formada atualmente por Rodrigo Bodão, Diegão Aprigio, Enzo Fernandes e Oscar Sampaio. Dona
Iracema é um dos grandes novos nomes do rock baiano pelo fato de encontrarem
uma química ideal que mistura o Rock hardcore com características baianas em
suas letras.
Confira a entrevista:
B3 - Qual a origem do nome "Dona Iracema"?
DONA IRACEMA - O distinto nome, Dona Iracema, reflete nossa admiração
por nomes femininos, que, para nós, representa força. A escolha veio em meio a
uma situação cotidiana, em que a mãe de um dos integrantes ligou para dar uma
bronca em seu filho durante o ensaio, e com o fim do telefonema, a ideia de
homenageá-la foi inevitável. Assim, Dona Iracema foi o nome escolhido para vir
à frente de nossa banda.
B3 - Quais são suas principais influências musicais?
DONA IRACEMA - Temos várias influências que vão além do rock/hardcore,
mas também de ritmos regionais como o baião, forró e maracatu e a partir disso
a banda se lançou no cenário musical baiano com uma nova proposta intitulada de
“Catincore Iracemático”, enfatizando o trabalho autoral, cantado em português,
com um estilo próprio que mescla o rock e a música regional e apresentações
performáticas. Os artistas que nos influenciam são muitos, mas de uma forma
bastante resumida, diria que nossas maiores influências são: Raimundos, Mamonas
Assassinas, Luiz Gonzaga, Dead Fish, Nação Zumbi, dentre outros.
B3 - Vocês colocam várias críticas a sociedade na letra de suas
músicas, além de ser uma característica do hardcore brasileiro vocês utilizam
como forma de expressar o ser político e social do compositor?
DONA IRACEMA - Sim, até porque a música em si é uma arte que também
agrega elementos científicos e políticos, como também expressa nossos
sentimentos, nossa maneira de pensar e agir. Essas referências são adquiridas
através do conhecimento e reflexão, que o compositor acaba agregando aos seus
trabalhos. Em nossas letras, buscamos utilizar das situações pessoais que
ocorrem na banda (nossas próprias histórias) e da crítica social de uma forma
que a linguagem fique mais popular.
B3 - Vocês misturam muito bem o harcorde com ritmos nordestinos, isso
inclusive é refletido na composição. Vocês acham que isso dificulta o
entendimento das canções ou apenas leva mais adiante a fala característica?
DONA IRACEMA - Acho que leva mais adiante a fala característica
(risos). Até porque isso é feito de uma forma muito espontânea, isso faz soar
de forma mais leve ao receptor, facilitando o entendimento. No nosso dia a dia
de banda, tentamos entender também como é o público que nos escuta, isso acaba
nos ajudando nas composições, nesse casamento sonoro do rock pesado e dos
ritmos nordestinos. Por isso também que salientamos elementos da linguagem
popular, falando do povão mesmo, trabalhadores, cidadãos e cidadãs na cidade ou
no campo, eles nos inspiram muito.
B3 - Todo o trabalho de vocês está na internet e de forma gratuita,
contar com a internet como maior forma de divulgação é um grande avanço para
vocês como músicos?
DONA IRACEMA - Com certeza. A partir do momento que você tem uma
ferramenta multimídia, rápida e de fácil acesso, você tem que aproveitar dela.
Hoje não só a Dona Iracema, mas vários e vários artistas estão enfatizando o
uso da internet como forma de divulgação, o meio musical mudou muito e a
internet foi um dos maiores modeladores. Ela é o presente e o futuro.
B3 - Ouvindo o EP "Dona Iracema" dá para notar uma
influência de Raimundos e quem sabe uma versão mais hard de Vivendo do ócio,
vocês se inspiram nesses dois nomes?
DONA IRACEMA - Na verdade o Raimundos foi a nossa primeira referência,
já que no início da banda a proposta era de fazer cover do Raimundos, mas isso
já mudou bastante, realmente no EP fica bem evidente essa influência deles, no
caso do Vivendo do Ócio já não há essa influência direta no som, apesar de
gostarmos muito do som deles e admira-los. Tivemos o prazer de tocar num mesmo
evento que eles participaram no início do ano aqui em Vitória da Conquista,
acredito que tanto Raimundos quando o Vivendo do ócio são inspiradores pra os
artistas do seguimento, mas hoje em dia nossa banda está mais autônoma em
relação a essas influencias do primeiro EP, consolidando um identidade sonora e
evoluindo gradativamente a cada música nova, principalmente depois da entrada
dos novos integrantes. Nós estamos fazendo um som cada vez mais a NOSSA cara.
B3 - Qual será o futuro musical da banda? Vocês estão sempre compondo?
DONA IRACEMA - Estamos sempre compondo e muito em breve estaremos
disponibilizando essas novidades musicais ao público. Estaremos lançando o novo
vídeo clip da banda ainda este ano e do nosso futuro só temos a certeza que
continuaremos trabalhando com seriedade e dando um passo de cada vez, os
objetivos são muitos e acreditamos nem nosso potencial.
B3 - O disco físico ainda é bacana para os fãs, vocês pensam em lançar
versões físicas de seus discos e EPs?
DONA IRACEMA - Nós não descartamos essa possibilidade, mas nosso foco
atualmente é a internet. Como foi dito anteriormente, quando você tem uma
ferramenta multimídia, rápida e de fácil acesso, você tem que aproveitar dela.
Infelizmente o disco físico não está sendo tão utilizado e ele requer um
investimento relativamente grande, coisa que as plataformas virtuais facilitam
bastante e divulgam em maior proporção. Nós vamos continuar divulgando a banda
através desses veículos, lançando novas músicas, novos vídeos e etc; a intenção
é ir melhorando a qualidade sonora e quando lançarmos um álbum inteiro tudo
pode acontecer, talvez a gente lance material físico também.
B3 - "Tabu a dois" a faixa bônus do primeiro EP é uma fuga
das guitarras e mostra um lado romântico da banda. Vocês pensam em investir
nesse lado mais vezes?
DONA IRACEMA - “Tabu a dois” foi realmente uma bônus, um extra, pois
ela não seria lançada, mas a Dona Iracema é uma banda que gosta de arriscar e
aí foi. Até hoje tem gente que pede pra gente tocar ela nos shows. Ela é bem diferente
das outras músicas, mas poderia ter sido, sei lá, um repente... A gente gosta
de arriscar, de inovar, de surpreender, mas atualmente estamos focados em
composições que misturam ritmos regionais e hardcore, uma hora mais pesado,
outra hora mais leve, mas presamos pela sonoridade que se tornou a marca
registrada da banda, que intitulamos de Catincore Iracemático.
Saibam mais
sobre a Dona Iracema e sigam/curtam/ouçam a banda nas redes sociais:
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