Depois de lançar 4 EP's, ter canções que não saem das
paradas de rádio, clipes com milhões de
visualizações, Kell Smith se prepara para um novo desafio: apresentar
ao público seu novo trabalho, o CD “Girassol”.
Com 14 músicas, a cantora retrata sua força, sua energia e
sua técnica num álbum maduro e harmônico, que segue uma
linha rítmica que conquista o ouvinte de uma forma, que
nem percebemos o quão embalados estamos com a história do disco.
Conversamos com Kell Smith sobre o seu novo disco
e você pode conhecer um pouco mais sobre esse novo trabalho aqui:
BANG3- Existe uma
diversidade rítmica em suas canções, ao mesmo tempo em que você é direta e
incisiva como em "Bem mais que um refrão" você é doce e romântica
como em " Nossa Conversa" , como você consegue conciliar essa
diferença sem perder sua identidade presente em todas as canções?
KELL SMITH- Existe
mesmo essa diversidade, e essa diversidade existe porque como
compositora, o meu maior objeto de inspiração, digo objeto no bom sentido e não
no literal, a minha fonte de inspiração é observar as pessoas. Então eu
componho muito sobre o outro, independente de eu ser pertencente a história que
eu estou escrevendo, como em "Bem Mais Que Um Refrão", eu sou uma
dessas mulheres, e como em "Nossa Conversa", sim eu vivo um amor como
esse, mas é sempre da observação do outro. E nós nunca somos a mesma
pessoa todos os dias, nós não estamos felizes todos os dias e nem românticos
todos os dias e nem incisivos dessa forma todos os dia, então eu acredito que
essa diversidade deva ser ao fato de eu compor sobre pessoas reais, sentimentos
reais, situações reais e o mundo real, e assim num momento você sente algo, num
outro momento você sente um outro algo.
Capa do disco |
KELL SMITH: Sim,
até porque a minha carreira começou junto com os meus EP's, eu não sou a Kell
Smith desde sempre, eu sou porque sou a compositora de todas as músicas desde
que nasci, mas não sou a Kell Smith artista desde sempre, eu estou no mundo da
música a 4 anos, então foi uma maneira de me apresentar ao público e de
apresentar a Kell Smith a mim mesmo, para que eu pudesse me construir da melhor
forma e me reconstruir a cada EP da melhor forma, tem também a questão da
ansiedade de soltar a música, de saber o que o que o público acha e também da
ansiedade de dizer logo as mensagens, porque eu acredito que cada música que eu
tenha composto, essas músicas ela tem mensagens necessárias, então vem disso.
Não é uma estratégia nem uma preparação, é mais uma questão de auto
conhecimento, de conhecer o que o meu público pensa sobre mim e de conhecer
sobre o que eu penso sobre a minha música.
“Girassol” é a prova física de uma declaração de amor de Kell à arte, além de uma prova de rebeldia, aquele componente que faz toda a diferença em distinguir aqueles que no universo musical tem algo (mais) a dizer além do marasmo morno que tende a dominar a cena.
São cinco músicas inéditas e o trabalho é completo pelas
músicas que elevaram Kell em um ano ao primeiro escalão dos artistas
brasileiros. Ao topo. E isso não é para ser levado como acaso.
BANG3-
"Girassol" conta com cinco músicas inéditas e as demais já são
conhecidas pelo seu público, como foi feita a escolha das canções que iriam
compor o disco?
KELL SMITH: É
uma loucura (risos). Eu componho se deixar todos os dias, então esse filtro é o
Rick (Rick Bonadio produtor musical) que é o mais responsável por esse filtro
do que eu com certeza. Eu vou mostrando as músicas e ele vai ficando cada vez
mais confuso, porque nós temos uma relação musical muito boa, além da nossa
amizade e a nossa relação pessoal que também é incrível. E então eu vou
mostrando as músicas e nos não eliminamos músicas, nós fizemos "Esse daqui
para o primeiro CD, as próximas para o próximo CD" e assim eu vou deixando
a situação dele cada vez mais difícil compondo cade vez mais.
BANG3- O QUE O DISCO
"GIRASSOL" REPRESENTA PARA VOCÊ?
KELL SMITH: O disco
Girassol representa para mim o respeito pela história da música. Os meus
ídolos, as minhas referências músicas compunham o álbum, como um
livro eles não davam o começo do livro e esquecia de contar o final dele. O
álbum representa a materialização de tudo aquilo que é a minha arte. Como ter
algo palpável para dizer, eu faço parte dessa história também e assim me sinto
como uma cantora de rádio não só por ter "Era Uma Vez" e "Nossa
Conversa" já terem conquistado as rádio, mas pelo compromisso com a arte
que eu tenho, não é uma maneira de entretenimento e nem um negócio simplesmente
lucrativo, é uma maneira de oferecer uma arte completa para as pessoas e
esse álbum significa isso para mim.
As melodias podem variar entre guitarra e teclado vintage, arranjos de metais, como em “Ai de Mim”, ou em baladas charmosas cheias de camadas de efeitos levadas em piano e violão, como duas outras inéditas, “Capuccino” e “Respira Amor”. Atingem também o Hip Hop puro, em métrica vocal de rap em “Marcianos”, a quinta inédita.
Como também podem ficar no pedal steel da quase ska “Diferentão”, nas igualmente levadas em violão, piano e vocal sublime “Maktub” e “Nossa Conversa”. Pode ser uma MPB pop solar na linha de “Sete Galáxias” ou uma mistura de R’n’B, Soul, Jazz, Hip Hop em “Coloridos”.
BANG3- QUAL MÚSICA VOCÊ ESTÁ MAIS ANSIOSA PARA QUE OS FÃS OUÇAM? PORQUE?
KELL SMITH: Vixe... Huuuum... Acho que todas as inéditas (risos) Mas eu quero muito que as pessoas ouçam a mensagem de "Girassol" porque eu acredito que ela fala sobre escolhas e sobre boas escolhas e nesse momento tão conturbado da nossa vida, não só brasileira, mas de como está conturbado as nossas escolhas no mundo, eu acredito que seja uma música essencial.
KELL SMITH: Eu
acredito que "Era Uma Vez" deve este sucesso pela simplicidade e
verdade da música. Sabe? É uma música que eu faço uma conexão com qualquer
pessoa que me ouve, porque qualquer pessoa que me ouve sente a mesma coisa que
a mensagem da música diz. Então o sucesso da música eu atribuo a mensagem dela
e quão ela é comum a todos nós. Isso nos une e tudo que nos une tem uma
propagação muito grande. A música "Era Uma Vez" é uma música como
todas as outras que eu faço que carrega toda a minha verdade, então dizer a
verdade as pessoas e saber que também é a verdade da vida delas é muito
honroso, é motivo de muita gratidão, eu tenho certeza que esse fator que nos
une, dessa mensagem é o que ocasionou tudo isso que "Era Uma Vez" causou
na minha vida.
A ascensão foi quase estratosférica. “Era uma Vez” virou a
canção mais ouvida do país, “Respeita as Mina” se tornou hino, pois a mensagem
que Kell lançava não se restringia ao talento absurdo depurado em parceria com
o produtor e diretor artístico Rick Bonadio mas também nos textos que fazem
dela a maior cronista do cotidiano e de relacionamentos que temos hoje.
BANG3- EM "RESPEITA AS MINAS" E "BEM MAIS QUE
UM REFRÃO" VOCÊ RETRATA A LUTA DIÁRIA ENFRENTADA PELAS MULHERES NA NOSSA
SOCIEDADE. COMO VOCÊ VÊ A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA AO TRAZER EM DISCUSSÃO ASSUNTOS
TÃO SÉRIOS E INDISPENSÁVEIS?
KELL SMITH: Eu vejo esse assunto, como também outros
assuntos tão sérios quanto este que eu trato nas minhas músicas, inclusive uma
dessas novas. Eu vejo como assuntos necessários, essenciais, nós precisamos
conversar sobre isso. A ignorância e o desrespeito só é combatido com
conhecimento. Então eu acredito que seja extremamente necessário, nós
precisamos falar de coisas relevantes nas nossas músicas, eu digo como
compositora e como artista, nós precisamos falar de coisas relevantes. O
artista, nós precisamos falar de coisas relevantes. O artista não pode ser
imparcial com o que está acontecendo em volta e no mundo. Na realidade como
Nina Simone disse: "O artista é a representação do que acontece no seu
tempo". Então não tem como eu falar simplesmente de amor, sabendo que o
mundo está feio dessa forma.
"Girassol" recebe o selo Midas Music e foi produzido por Rick Bonadio, Fernando Prado e Renato Patriarca.
Confira outra entrevista da Kell Smith com o Bang3: Kell Smith fala sobre inspirações: 'Eu me inspiro em coisas reais, sentimentos reais'
Ouça o disco:
"Girassol" recebe o selo Midas Music e foi produzido por Rick Bonadio, Fernando Prado e Renato Patriarca.
Confira outra entrevista da Kell Smith com o Bang3: Kell Smith fala sobre inspirações: 'Eu me inspiro em coisas reais, sentimentos reais'
Ouça o disco:
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