Foto: Rael Barja |
Aproveitando o lançamento, Tais conversou com o Bang3 onde contou um pouco sobre sua trajetória na música, suas inspirações, e o processo de produção do disco "Coração Só". Confira:
Bang3- Primeiramente parabéns pelo disco que está incrível! A gente
quer saber como foi guardar algumas das músicas do disco por tanto tempo à
espera do "arranjo perfeito”?
Tais Alvarenga- Brigada! hahahha Ótima pergunta. Foi difícil, e muito
frustrante algumas vezes. É difícil estar num estúdio e dizer para pessoas que
estão trabalhando há 5 horas que não é esse o caminho. Principalmente se as
pessoas olham para o seu trabalho com alguma pretensão específica. Como
primeiro disco, eu diria que foi ainda pior, por buscar esse perfeccionismo. A
gente tem a sensação que o primeiro disco é a definição do seu caminho como
artista. E, na verdade, são apenas os seus primeiros passos. Não diria que os
arranjos deste disco são os perfeitos, mas eles foram construídos com tanta
verdade, maturidade… Pupillo respeitou os caminhos que já estavam apontados.
Teve muito cuidado em cada escolha. Então eu diria que apesar de toda a
angústia, as coisas aconteceram como tinham que ser.
Bang3-"Coração Só" é um disco autobiográfico, você
confirma isso na ordem da tracklist? As faixas contam histórias de sua vida?
Tais Alvarenga- A minha vida amorosa é só a ponta do iceberg de tudo o que
eu vivi, mas ela aparece nas minhas músicas por ser o escape de toda a
intensidade que existe dentro de mim, quanto ser que ama sem medo.
Bang3- Você não nasceu em uma família de músicos, quando foi que
você percebeu que era da música que você queria viver?
Tais Alvarenga- Acho que ainda estou realizando isso. A música nos escolhe
primeiro. Depois a gente decide se vai ter coragem de encarar essa
montanha-russa. Ainda estou tentando entender o que a música quer de mim, mas
estou à disposição dela, que é muito maior do que o que eu sou em todos os
aspectos. Mas posso dizer que percebi esse desafio quando estava na Berklee. Lá
eu vi a grandeza da música quanto arte, me apaixonei. Nunca foi o caminho mais
fácil, mas eu também não sou adepta aos caminhos fáceis.
Foto:Rael Barja |
Tais Alvarenga-Foi um processo forte. Eu e Pupillo temos personalidade
forte, e, ao mesmo tempo, confiávamos e respeitávamos os impulsos criativos um
do outro. Gastávamos horas só ouvindo coisas, ou repetindo uma mesma música no
piano e bateria. Não existe um produtor como ele no Brasil. As inspirações para
os arranjos eram na sua maioria internacionais por não existirem muitas
referências de pianistas alternativas no Brasil. Vão algumas entre muitas: Fiona
Apple, Anderson Paak, Alt J, Chet Faker, Portishead, Camille, etc.
Tais Alvarenga-Essa luta é importante para mim. Numa época onde muitas
mulheres ainda se sentem frágeis de dizer o que sentem e pensam. Que não se
sentem livres para querer relações profundas. Onde ser poderosa é pisar em quem
te maltrata. Este disco é forte por ser intenso e verdadeiro. Acho que a força
das mulheres está em ser o que elas quiserem ser, na sua potencialidade máxima.
Sem medo do retorno. Sem parâmetros ou regras. Este disco é uma exposição
enorme, para encorajar a sociedade a ser mais verdadeira. Que a verdade não
seja só um lapso de tudo o que inventamos.
Leia nossa máteira de apresentação do disco: "Coração Só" Tais Alvarenga
Bang3- Após o lançamento do disco, quais os próximos passos? Já
existem shows previstos?
Foto: Rael Barja |
Tais Alvarenga-Estamos marcando, nada confirmado. Quero ir até as pessoas
que escutam minha música. Sinto que somos uma tribo e essa troca é importante.
É emocionante. Quero levar meu piano pro meio da rua e fazer intervenções
artísticas. Quero falar sobre amar e os abismos de quando o amor não encontra
caminhos.
Ouça o disco:
0 comentários:
Postar um comentário