Foto: A. F. Rodrigues |
Amigo de longa data de Danilo Cutrim e Nícolas Christ, e
irmão de Vitor Isensee, todos integrantes do projeto musical BRAZA, Marcio
Isensee teve a ideia de registrar o vídeo da música Moldado em Barro (terceiro
vídeo do álbum da banda, Tijolo por Tijolo) na rica atmosfera do oeste do
Pará. Marcio, responsável pelas imagens e pela direção de fotografia, é
videomaker, fotógrafo e colaborador de sites de jornalismo ambiental, além de
ter assinado a direção dos filmes Andes Água Amazônia (2012), Um Rio em
Disputa (2015) e Sob a Pata do Boi, com previsão de lançamento para
2018.
Quando viram que passariam cerca de dez dias imersos entre o
urbano de Santarém e determinadas Áreas de Conservação Ambiental de parte da
exuberante Floresta Amazônica, os quatro decidiram que além do vídeo para a
música, realizariam também um documentário.
Com depoimentos de Domingos dos Santos (Cacique Munduruku de
Bragança), Mestre Chico Malta (Compositor, Violão e Voz) e Cláudio Matias
(Percussão) do Grupo Cobra Grande Carimbó, Maria Margarete (Líder da Associação
de Moradores do Bairro Vista Alegre do Joá), Luiz Antônio Melo
(Comunidade Ribeirinha São Domingos), Manoel Pires (Representante da Associação
de Moradores do Bairro Maracanã) e Giuliana Henriques e Felipe Garcia
(paulistas residentes há 10 anos, pesquisadores da região e produtores locais
do documentário), "Moldado em Água - Uma viagem Pelo Baixo Tapajós"
busca sublinhar a importância dos conhecimentos e valores tradicionais. O
objetivo é dar visibilidade e voz a uma região de riquezas naturais, tradições
culturais e sociais importantes que vem sofrendo com a ganância e a cegueira
ecológica e social de modelos econômicos (ditos) desenvolvimentistas.
Foto: Marcio Isensee |
Em nome do lucro, florestas são derrubadas, queimadas e inundadas. Hidrelétricas sobrepõem-se à lugares santos de etnias indígenas. Áreas de Conservação são reduzidas ou extintas para exploração de minério, plantação de milho, soja e criação de gado. Leis trabalhistas são flexibilizadas para permitir o trabalho semelhante ao escravo. Ocupações em terras devolutas por pessoas sem moradias são violentamente reprimidas. A desigualdade social deixa cicatrizes profundas.
Indígenas, ribeirinhos, quilombolas e seringueiros,
corajosamente travam uma luta diária por sua subsistência e pela preservação da
maior Floresta Equatorial do planeta.
Assista:
0 comentários:
Postar um comentário