Gui Hargreaves está de volta ao Brasil e trouxe na mala muita experiência e referências que podem ser percebidas no seu novo disco que tem um nome muito sugestivo "Volta". Para o Bang3 o cantor contou um pouco da sua trajetória na música.
Confira a entrevista:
BANG3- O que a música representa para você?!
Gui Hargreaves - A música pra mim representa a possibilidade de criar um
espaço comum com o outro, independente do credo, da raça, idade, das crenças.
Acho que a música é uma ponte para um lugar possível, uma dimensão que conecta
as pessoas numa língua comum.
BANG3- O disco "Volta" tem uma pegada MPB e folk, quais são suas maiores
influências desses segmentos musicais?!
Gui Hargreaves- Acho muito difícil falar de referências no geral, prefiro fazer um corte relativo a esse trabalho. As referências que dialogam mais com esse disco são de um novo folk, que tem a ver muito com DevendraBanhart, Amarante, que puxa também para MPB. Tem um pouco do disco Transa, do Caetano, que foi concebido em Londres também. Tenho um pouco de referências de um jazz brasileiro, tem uma pegada do folk pop que vão pro lado de Kings of Convenience e Jose Gonzalez.
BANG3- O disco foi gravado na Inglaterra, como foi todo processo de gravação?!
Gui Hargreaves- Acho muito difícil falar de referências no geral, prefiro fazer um corte relativo a esse trabalho. As referências que dialogam mais com esse disco são de um novo folk, que tem a ver muito com DevendraBanhart, Amarante, que puxa também para MPB. Tem um pouco do disco Transa, do Caetano, que foi concebido em Londres também. Tenho um pouco de referências de um jazz brasileiro, tem uma pegada do folk pop que vão pro lado de Kings of Convenience e Jose Gonzalez.
BANG3- O disco foi gravado na Inglaterra, como foi todo processo de gravação?!
Gui Hargreaves- O disco foi gravado lá, mas não foi planejado. Eu estava na
Europa a convite de uma professora com quem eu fui estudar, na Itália. Consegui
passar prá uma residência artística e meu plano era ficar por um mês só. Acabei
optando por ir prá Inglaterra depois e fiquei me apresentando em casas de
shows, jamsessions, essas coisas. Acontece que meses antes, ainda na Itália, eu
tinha conhecido uma pessoa, que morava na Inglaterra, que tinha me dado o
cartão e que trabalhava com música. Mas eu não sabia especificamente com o que.
Lá em Londres, ele me falou sobre o Ed Scull, dono de um estúdio novo em Londres
e disse que eu tinha que gravar uma música com ele.
Eu não tinha planejado em repertório, não tinha planejado
gravar, nada disso. Eu tava querendo só tocar fora do Brasil por um tempo.
Aí pensei em um música recente que teria relação com música inglesa, apesar de eu não compor em inglês, e escolhi “AloneWithYou”.
Aí pensei em um música recente que teria relação com música inglesa, apesar de eu não compor em inglês, e escolhi “AloneWithYou”.
Bom, prá resumir, fui no estúdio, que estava nas últimas
etapas para inaugurar, gravamos essa música e o pessoal pediu para gravar
outras músicas. Em uma sentada gravamos 6 músicas e quando saí da sala, me
disseram: temos um disco! Em um mês fizemos arranjos novos, montamos o disco
todo.
Foi realmente um presente, porque eu não conhecia as pessoas, os músicos que gravaram comigo. Foi um processo muito diferente de gravação, a gente não teve um prazo, uma ideia previa de arranjo, não teve uma obrigação de ter tantas músicas. O Ed estava a fim de testar o estúdio, que era novo, deu tudo muito certo.
Foi realmente um presente, porque eu não conhecia as pessoas, os músicos que gravaram comigo. Foi um processo muito diferente de gravação, a gente não teve um prazo, uma ideia previa de arranjo, não teve uma obrigação de ter tantas músicas. O Ed estava a fim de testar o estúdio, que era novo, deu tudo muito certo.
O resultado final estético foi uma exploração que teve a ver
com quem tava lá, com os instrumentos que tínhamos disponíveis.
Gui Hargreaves- Vou escolher duas porque são as últimas, temporalmente falando,
que eu compus mais próximo de serem gravadas: Fim do Sem Fim e Jamais Oublier
Você. Elas conversam muito mais com o que resultou de eu estar tocando fora.
São as canções que mais encontraram um caminho dentro da exploração que eu tava
fazendo na estrada. São o resultado dessa experiência toda.
BANG3- Quais os planos de divulgação do disco ?!
Gui Hargreaves- Começa com a mudança para São Paulo. Quando eu voltei pro
Brasil, decidi que viria pra cá como uma estratégia de lançamento. Além disso,
decidimos construir vídeos e clipes referencias para cada música do disco, um
trabalho áudio visual. E agora shows: quero começar pelo interior do Brasil, é
uma coisa que sempre quis fazer.
BANG3- Qual a diferença entre o seu atual trabalho e o disco
antecessor?!
Gui Hargreaves- Toda diferença do mundo. A primeira delas é que o disco anterior,
foi um trabalho feito com muito pouco tempo e sem recursos. Eu fiquei sabendo
que teria que ir pra Itália pra fazer o curso, em cima da hora, para fazer a
residência artística e tinha pouco tempo para fazer um registro das músicas que
eu tinha. O resultado foi um EP muito nú, com voz e violão, mais solo, mais
simples e possível. Outra coisa é a época das canções. As músicas do primeiro
disco tinham resistido aos anos, desde que comecei com meu trabalho autoral.
Ouça o disco:
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