Foto: Tiago Chediak |
O projeto conta com a participação de nove cantores da cena independente de Nova York.
Conversamos com o Vinícius e o músico nos contou um pouco sobre esse processo de produção do disco, a sua ligação com a poesia e essa mistura de ritmos presentes no "Broken Machine Project", confira:
Foto: Tiago Chediak |
Bang3- De onde surgiu a idéia de juntar música e poesia?!
Vinícius Castro- Imagino que há muito tempo atrás, quem sabe nas primeiras
cantatas, com os trovadores ou num mosteiro com canto gregoriano? Brincadeiras
à parte, poesia e música sempre coexistiram. Me espanta o espanto de se fazer
um projeto com poesias como letras de músicas, justamente porque as letras das
canções sempre foram poesias. Canção é obra pra se ouvir e se ler.
Bang3- Como foi a escolha dos poemas do Patrick Phillips para
compor o disco?!
Vinícius Castro- Foram escolhas intuitivas. Certos poemas pareciam se prestar
a uma certa métrica musical, ou inspirar melodias quando lidos. Os temas
variaram, mas inevitavelmente, poemas com títulos como Piano, Guitar e Singing
me chamaram atenção.
Foto: Tiago Chediak |
Bang3- A influência americana é presente nas canções, como foi o
processo de criação do disco e como se deu essa sensibilidade de transpor a
cultura americana nas músicas?!
Vinícius Castro- A música Norte-Americana atualmente, e há algumas décadas, é
influência para toda criação musical mundial. A única diferença foi eu estar
vivendo nos Estados Unidos durante o processo de feitura do disco. E isso é
algo subjetivo, pois além do meu estudo particular dos diversos gêneros
musicais dos EUA, tive contato com as pessoas que moram aqui - essa grande massa
de diversas culturas que é Nova Iorque. Assim, foi inevitável compor tendo essa
experiência em mente.
Bang3- Foi difícil encontrar a melodia certa para cada
poema?
Foto: Tiago Chediak |
Vinícius Castro-Os poemas delimitam emoções, imagens, cenários. Vira o papel
da música ser o pano de fundo dessas emoções, por isso acho que o processo é
emocionalmente mais objetivo quando se tem essa estrada já calcada.
Bang3- Quais as dificuldades de gravar um disco dessa
forma?
Vinícius Castro-Toda produção independente tem uma barreira muito clara: o
dinheiro. Foi preciso trabalhar com o que se tinha, e nessa eu fui o
compositor, arranjador, diretor musical, técnico de gravação e de mixagem do
disco. Carreguei equipamento nas costas. Fui produtor executivo, encontrei os
músicos certos, convoquei tudo e todos.
Foto: Tiago Chediak |
Vinícius Castro-Em 2010 eu estava aprendendo como fazer um disco ao longo do
processo de feitura do Jogo de Palavras. Em 2017, com o Broken Machine Project,
eu já acumulei a produção de dezenas de álbuns. Posso dizer com certa segurança
que agora eu já sei como fazer um disco. O que não quer dizer que não haja
muito espaço para se melhorar e se evoluir: a diferença é que agora eu tenho
consciência dos meus limites, mas mantenho a vontade de me aperfeiçoar no
caminho que me falta. Essa talvez seja uma das maiores crueldades do mundo
artístico: nossa evolução, enquanto artistas, é feita em público, para todo
mundo ver e julgar.
Bang3- Como "Heaven" influenciou na sua formação como músico?
Bang3- Como "Heaven" influenciou na sua formação como músico?
Vinícius Castro-Acho que o compositor sempre sai modificado de cada nova
obra que ele compõe. E com "Heaven" não foi diferente, ainda mais
tendo sido a obra que resultou num disco completo. Com ela descobri o universo
de poesias do Patrick Phillips e as possibilidades melódicas nele contido.
Bang3- De que forma a musicalidade brasileira é representada
em seu trabalho?
Capa: Broken Machine Project |
Vinícius Castro-A brasilidade é inevitável. Nasci no Brasil e transpiro
minha cultura e do povo com o qual fui criado. Isso transparece nos ritmos e
escolhas melódicas e harmônicas - principalmente quando o público é
Norte-Americano e consegue perceber esses elementos "étnicos" como
eles gostam de chamar por aqui.
Conheça mais sobre o Vinícius Castro:Site Oficial
Conheça mais sobre o Vinícius Castro:Site Oficial
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