Crítica: The Snare (2017)

Lançado no início de janeiro nos EUA (ainda sem data de lançamento ou título para o Brasil) o longa de horror britânico The Snare chegou sem fazer muito alarde. Com apenas 4 personagens em seu elenco o filme reverencia o terror psicológico e nos coloca nas diferentes situações em que os personagens se encontram para assim tentar desvendar o mistério por trás da trama.
Em The Snare três amigos vão curtir um fim de semana em um local isolado e acabam presos no último andar de um prédio por forças não humanas. Cada personagem reage de uma forma diferente ao confinamento e os instintos humanos são levados ao extremo. Alice (Eaoifa Forward), Carl (Dan Paton) e Lizzy (Rachel Warren) descobrem que na realidade não se conhecem como achavam e o fim de semana de descanso acaba virando uma semana de pesadelos.

Da esquerda para a direita:  Lizzy (Rachel Warren), Carl (Dan Paton) e Alice (Eaoifa Forward).

Partindo da premissa prometida pelo filme o que encontramos no resultado final é uma parte totalmente morna em seu início e a partir de sua metade torna-se um filme com um fôlego totalmente novo. O diretor C.A. Cooper  (Beyond, 2014) trouxe um ar de mistério que nos seguiu desde o princípio ganhando porém uma reviravolta lenta e perfeccionista na metade de sua duração.
Enquanto assistia The Snare só me vinham referências a "The Witch" de 2015, que por sinal foi eleito o melhor filme de terror daquele ano, ambos trazem esse mistério e o próprio terror como personagem principal, ele acompanha todos os outros personagens desde o inicio do filme e após o término se instala no imaginário do público que recebe aquilo com a mesma perturbação que lhe foi concedida. The Snare obviamente não terá o mesmo êxito de The Witch e nem deve ser colocado ao lado do longa, mas encontramos aqui uma forma de dar frescor á um gênero acostumado com filmes quadrados e mastigados.



Porém não só de elogios viverá a crítica, apesar da fotografia do longa ser muito bem executada pode-se observar alguns erros de continuidade que hora passam batidos e em outro momento não tanto. E embora Eaoifa Forwad carregue o filme quase que completamente sozinha em alguns momentos percebe-se uma atuação pouco eficiente que poderia trazer mais ação para algumas cenas importantes.
Pode-se dizer que o longa em si é uma grata surpresa para começarmos o ano acreditando no gênero. É um daqueles filmes que assistimos em grupo e ficamos mais meia hora debatendo sobre o destino dos personagens. Vale a pena se aventurar.