Eu disse: vamos ter uma viagem através das décadas, Vivi? Sim, eu disse. E é
justamente por isso que vamos nos teletransportar para o início da década de 80
– mais precisamente para o ano de 1983.
Década de experimentações, de loucuras, de disco-music,
de pop music e do punk - geralmente esses anos devem estar ainda nas belas
lembranças dos seus pais como os melhores
anos da vida deles.
Eu consigo entender como os
nossos pais foram felizes em relação ao cenário musical dessa época. Uma
diversidade de ritmos e estilos, com capacidade de conectar as pessoas como
parte de toda a coisa. Era a fase de
identificação dos jovens!
O pop, por exemplo, trouxe
grandes artistas para o spotlight
(estrelato) como Michael Jackson –
que já reinava sem questionamentos -, Madonna,
A-HA, Prince e a nossa estrela da
vez de hoje, CYNDI LAUPER. Cyndi
pode ser chamada daquilo que se entende por “personificação
dos anos 80” – Madonna não fique triste, você também estava incluída aí –
com a sua extravagância e estilo alternativo que conquistou milhões de fãs por
todo o mundo.
Apesar de ter se lançado com uma banda chamada Blue Angel em 1980 – que trazia consigo ritmos como o rockabilly (sim, aquele mesmo do Elvis Presley!) e new wave (punk com elementos eletrônicos) -, foi somente três anos depois que alcançou a fama lançando o seu álbum de estreia icônico: SHE’S SO UNUSUAL.
Apesar de ter se lançado com uma banda chamada Blue Angel em 1980 – que trazia consigo ritmos como o rockabilly (sim, aquele mesmo do Elvis Presley!) e new wave (punk com elementos eletrônicos) -, foi somente três anos depois que alcançou a fama lançando o seu álbum de estreia icônico: SHE’S SO UNUSUAL.
Capa do disco "She's So Unusual" (1983) |
Lançado em 14 de outubro de 1983, o álbum de estreia de Lauper configurou-se como um marco na indústria da música pop e demonstrou todo o poder criativo da artista.
Altamente reconhecido, recebeu seis indicações no Grammy Awards 1984 e venceu três - dentre elas “Álbum do Ano”, “Melhor Performance Vocal Pop Feminina” e “Canção do Ano”. E, sem se contentar, ainda recebeu o Grammy de “Melhor Artista Novo” em 1985 e ainda levou DEZ prêmios no MTV Video Music Awards.
Altamente reconhecido, recebeu seis indicações no Grammy Awards 1984 e venceu três - dentre elas “Álbum do Ano”, “Melhor Performance Vocal Pop Feminina” e “Canção do Ano”. E, sem se contentar, ainda recebeu o Grammy de “Melhor Artista Novo” em 1985 e ainda levou DEZ prêmios no MTV Video Music Awards.
Já se pode ver que Cyndi
conseguiu uma ótima estreia no mundo da música pop, vendendo mais de 20 milhões
de unidades em escala mundial e alcançando um status muito importante nos anos
80. Obviamente, nada disso seria possível sem músicas marcantes e de alta
qualidade – aí começamos o nosso review!
A canção de abertura do disco, na verdade, não é original de Lauper. Foi lançada em 1980 pela banda de rock The Brains – a qual ninguém sabe da existência – e se tornou hit na voz da cantora. É o quinto single do álbum.
“Money” é repleta de técnicas vocais, onde Cyndi modula a sua voz entre doce e madura. Se tornou conhecida, principalmente, por suas versões ao vivo bem interpretadas (tanto que o clipe é uma apresentação ao vivo da canção).
A canção fala sobre a interferência do dinheiro nas relações pessoais e amorosas, principalmente no ramo da música. Tem influências pop/rock e new wave. É empolgante e logo você estará cantando o refrão da música loucamente, nem irá perceber.
01. Money Changes Everything:
A canção de abertura do disco, na verdade, não é original de Lauper. Foi lançada em 1980 pela banda de rock The Brains – a qual ninguém sabe da existência – e se tornou hit na voz da cantora. É o quinto single do álbum.
“Money” é repleta de técnicas vocais, onde Cyndi modula a sua voz entre doce e madura. Se tornou conhecida, principalmente, por suas versões ao vivo bem interpretadas (tanto que o clipe é uma apresentação ao vivo da canção).
A canção fala sobre a interferência do dinheiro nas relações pessoais e amorosas, principalmente no ramo da música. Tem influências pop/rock e new wave. É empolgante e logo você estará cantando o refrão da música loucamente, nem irá perceber.
02.
Girls Just Wanna Have Fun:
Capa do single "Girls Just Wanna Have Fun". |
Cyndi é
daquelas que gostam de jogar as melhores músicas no início do álbum, logo de
cara. E é por isso que ela não se importa de colocar o seu MAIOR HIT na segunda posição da tracklist.
Girls Just Wanna Have Fun é um clássico na cultura pop, tanto pela sua melodia e letra quanto pelo clipe icônico que definiu Lauper na década de 80.
Girls Just Wanna Have Fun é um clássico na cultura pop, tanto pela sua melodia e letra quanto pelo clipe icônico que definiu Lauper na década de 80.
O primeiro single do álbum alcançou a segunda posição na Billboard Hot 100 e é uma das canções principais que influenciaram a música pop dali por diante. A composição da letra original era um pouco polêmica: trazia a visão do ponto de vista masculino sobre a mulher independente. Bom... sabemos que não deveria ser boa coisa.
Cyndi pediu autorização ao compositor e modificou “Girls” transformando-a numa espécie de “hino feminista” mostrando o papel da mulher na sociedade – e era bastante transformador considerando a época em que foi lançada.
A canção questionava também os pais das jovens,
que insistiam em dizer que as mulheres devem ter responsabilidade desde cedo e
a se portarem como “mocinhas”.
"O telefone toca no meio da noite/Meu pai grita – ‘O que você vai fazer da sua vida?’/Oh, papai querido, você sabe que ainda é o número um/Mas as garotas querem só se divertir..."
E afinal, Cyndi
Lauper só quer o que todas as garotas jovens querem: se divertir sem
preocupações e sem estruturas machistas (sintetizando a mensagem da música). A
canção traz uma energia empolgante, divertida e a voz doce da cantora só
complementa mais ainda o instrumental pegajoso com os gritos das garotas.
Assim, um clássico foi formado e é
relembrado até hoje como referência – não é à toa que com essa música Cyndi
ganhou o Grammy de “Melhor Performance
Vocal Pop Feminina”.
03. When You Were Mine:
Lançada como
último single do álbum – praticamente um single promocional -, “When You Were Mine” é um cover da
canção de Prince lançada no seu
álbum Dirty Mind em 1980. A música é
uma balada mid-tempo eletrônica com sintetizadores dando aquele ar de disco music. Cyndi gravou com as letras
originais que insinua a aceitação da bissexualidade do seu ex-namorado (na
música, e não na vida real).
04. Time After Time:
A CLÁSSICA das madrugadas na Globo FM.
Uma das baladas femininas mais marcantes da década de 80 e, mundialmente, o
maior éxito musical de Lauper depois de Girls
Just Wanna Have Fun.
A canção ficou em primeiro
lugar na Billboard Hot 100 por DUAS semanas – e pensar que a canção poderia
não ter visto a luz do dia, porque os produtores não acreditavam que uma balada
escrita pela cantora poderia se sair bem nas paradas musicais...
A melodia da
canção te transporta para uma atmosfera melancólica e todos correm UM ALTO RISCO de lembrar daquela pessoinha especial que, lá no
fundo, nós ainda não esquecemos. Pois é.. Mas é uma música maravilhosa,
qualidade absoluta e reina como a melhor da estreia de Cyndi.
05. She Bop:
O terceiro
single de She’s So Unusual trouxe
polêmica para a carreira de Cyndi Lauper. She Bop (“Ela Bate”, em português),
co-escrita pela própria, falava de forma “bonitinha” sobre masturbação feminina para tentar despistar qualquer comentário em
que a música fosse banida das rádios e das paradas musicais. E a estratégia deu
muito certo, já que atingiu o pico de #3
na Billboard Hot 100 nos EUA.
Lauper ainda
trazia referência sobre a crença errada de que a prática causava cegueira aos que utilizavam dela – uma maneira de
“conter” o desenvolvimento sexual dos jovens, reprimindo-os:
"Eu
quero rugir como um leão/Eu quero ir pro sul e quero algo mais/Eles dizem que
um pedaço do tempo economiza nove/Eles
dizem que é melhor eu parar ou vou ficar cega/Oh ela bate... ela bate".
Apesar disso,
uma “organização de pais em defesa da
música” – formada exclusivamente por mulheres de deputados importantes –
queria que censurassem as insinuações às práticas de masturbação. Mais tarde, o
selo de “Conteúdo Explícito” foi inserido nas embalagens dos singles
lançados de She Bop.
O videoclipe
mostra Cyndi como líder de um movimento de liberdade sexual num local onde “todos os jovens sofrem lavagem cerebral
através de uma grande cadeia de sanduíches” e ainda faz referências à
masturbação com trocadilhos espalhados
pelo clipe (“Moto que vibra”).
06 All Through The Night:
Mais um cover
que ficou super famoso na voz de Lauper. “All
Through the Night” foi escrita e composta pelo cantor Jules Shear com uma pegada mais folk, com violões e outros
elementos, mas não obteve sucesso comercial nas paradas musicais.
Cyndi, com seu incrível poder de transformar
covers em hits instantâneos, gravou a canção com uma vibe totalmente diferente da original. Você já percebe pelos
primeiros segundos da música que é uma balada pop com pegadas eletrônicas, ela
te situa realmente na época e você se sente como se estivesse vivendo aquele momento. E OLHA SÓ, os sintetizadores também
estão aí!
“Witness” se destaca
pelo seu ritmo contagiante e divertido e pelo seu refrão chiclete e dinâmico,
mas não é tão importante quanto todas as outras faixas do álbum.
08. I’ll Kiss You:
Lançada com
sexto single do álbum – sem promoção e exclusivamente para os Estados Unidos, “I’ll Kiss You” é uma canção engraçadinha. Sim, engraçadinha
porque é uma canção básica onde a intérprete pede a um cigano uma “poção de
amor” para seduzir o seu namorado e, assim, ela possa beija-lo.
09.
/10. He’s So Unusual (0:45)/Yeah Yeah (0:45-3:18):
A nona faixa,
na verdade, é somente uma introdução
para a décima faixa. Assim poderemos considera-las uma música só. He’s So Unusual é, mais uma vez, um cover em versão bem resumida que Lauper gravou – a
faixa original de 1920 é inspirada na personagem da cultura pop Betty Boop. Ela prepara para a última
faixa do disco, Yeah Yeah.
A última faixa do álbum é empolgante, cheia de sintetizadores e até mesmo saxofones distorcidos (pelo menos na minha audição eu os ouço assim). É dinâmica e o refrão cheio dos “yeah yeah yeah yeah yeah yeah yeah” é tão legal de cantar. Pena que é o último suspiro de She’s So Unusual.
E aqui acaba o
review do disco de estreia da Cyndi Lauper. Uma joia dos anos 80 e que figura
na posição #487 da lista The
500 Greastest Albuns of All The Time (2003) feita pela revista
especializada em música universal, Rolling
Stone. Um álbum gostoso, divertido, melancólico – uma mistura do que foi a
década de 80 na música pop para os jovens.
Na próxima
semana serão DOIS álbuns de (é
claro) DOIS artistas – um artista
masculino na terça-feira e uma feminina na quinta-feira. Continue se ligando
aqui no Bang 3 e na Jukebox Pop - onde toca música boa. E velha.
Valeu, até próxima semana ;)
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