Foto: Beto Figueiroa |
Em abril do ano corrente (2017) Ayrton
lançou seu primeiro disco de carreira, com grandes canções e arranjos muito bem
produzidos, formado por 11 faixas entre eles canções inéditas de Zeca Baleiros
e Zé Manoel e regravações de grandes nomes nacionais, entre eles, Zeca
Pagodinho, Arlindo Cruz e Sombrinha (Alto Lá), Caetano Veloso (Não me
arrependo) e Cartola (Que sejas bem feliz). Canções que ganharam uma releitura
sucinta e aconchegante, na voz de um dos nomes de grande aposta para vozes
representativas do Brasil.
Para ficar por dentro de todos os
bastidores da gravação desse álbum e o desenvolvimento de sua carreira após a
passagem pelo reality musical, batemos um papo com o Ayrton Montarroyos que
contou da sua experiência na produção do seu disco de estreia, sobre as
musicas, o futuro e o amor pela cidade natal.
BANG3 - Em 2015 você
foi o vice-campeão do The Voice Brasil, um dos grandes reveladores de talentos
do país, quais as maiores mudanças que aconteceram na sua carreira de lá até o
atual momento?
AYRTON MONTARROYOS - Todas.
O The Voice foi uma importante porta de entrada, além de ser um lugar onde eu
aprendi muita coisa. Ao contrário de muita gente que entra no The Voice, eu não
tinha um sonho de participar. Isso me ajudou um pouco, porque eu tinha menos
ansiedade, menos expectativa. Ao invés de ir lá para mostrar alguma coisa, eu
fui lá para aprender. A primeira mudança foi abrir uma porta comigo mesmo. A
segunda foi o entender o público, saber que eu podia cantar as coisas que eu
gosto, sem ter restrição.
BANG3 - Como foi a produção
do disco? Você participou de todos os processos de criação do álbum?
AYRTON MONTARROYOS - Eu participei de todos os processos de criação do
disco. Desde a gravação de um pandeiro até cordas, arranjos. Para o processo
inicial eu chamei um produtor amigo meu, Tiago Marcos Luis. A gente teve ideia
de fazer um álbum a la anos 70, não sonoramente falando, mas a ideia de ter
vários arranjadores. Chamamos 7 deles, entre eles Arthur Verocai, Diogo
Strausz, Vitor Araújo, e um diretor musical para manter a unidade do som, que
foi o Rovilson Pascoal.
Desde a seleção das músicas – que
eu estava na pesquisa desde 2013 -, até a finalização do disco, a masterização
e mixagem eu participei.
BANG3 - Como funcionou o processo
de acolhimento das músicas que compõe o álbum?
AYRTON MONTARROYOS - Foi um processo muito orgânico, porque as
músicas foram vindo, mas parte delas por um processo de pesquisa. Eu costumo
ouvir uma média de 6 ou 7 discos novos por dia, prá poder buscar música, canção
e prá ter influência de sonoridade nova. Eu ouço até o que não gosto.
Esse trabalho eu comecei em 2013. Nesse ano eu gravei um disco
inteiro, ele tava pronto e eu não lancei porque achei que não era aquilo. Mas
ele foi muito importante pro resultado desse disco agora porque as músicas
foram vindo e eu já sabia onde coloca-las. Foi o caso de “E então”, por
exemplo, que foi a primeira selecionada e é de uma banda chamada Academia da
Berlinda, compositor Tiné. Eles são uma banda de tecnobrega, digamos assim,
algo mais caribenho, e eu sabia que podia transportar aquilo prá outro lugar e
interpretar de outra maneira. E fiz isso com várias músicas que eu enxergava
que podia levar por outro caminho e que mantesse a unidade do álbum.
Algumas músicas eu gravei e não entraram, porque não faria sentido no
todo, outras não iam entrar e acabaram ganhando espaço, que foi o caso de “Tudo
em Volta de mim Vira um Vão”, do Graxa.
É realmente um trabalho de formiguinha.
BANG3 - Você não tem pretensão de
ser compositor?
AYRTON MONTARROYOS - Não.
Eu não sei fazer isso, não (risos). A pessoa tem que ter um estudo em cima da
composição, não é uma coisa tão simples como parece. Cantar também não é, mas
aí é coisa de dom. Tem gente que nasce com dom prá cantar, outros para compor.
Eu sei que não nasci com esse dom, poderia escrever alguma coisa que seria
bonito, mas não ficaria no nível que eu esperava.
BANG3 - Por ser de Pernambuco um
estado carregado de cultura, existiu algum tipo de responsabilidade em
transmitir a cultura do estado?!
AYRTON MONTARROYOS - Sim, senti
principalmente quando eu me dei conta que a maior parte das músicas são de
compositores pernambucanos. Aí eu percebi que eu tenho uma ligação forte com o
estado, que não eu imaginava que tivesse. Eu senti a necessidade de levar o
nome dos compositores, produtores e arranjadores de lá.
Foto: Beto Figueiroa |
BANG3 - Sabemos que sua parceria
com Luiza Possi é muito pessoal, mas no mundo da música, vocês pensam em gravar
algo junto ou algum projeto musical?
AYRTON MONTARROYOS - Não. A gente conversou uma vez sobre gravar
uma música de uma amiga nossa de Recife, mas foi por cima. Acho que temos veias
artísticas diferentes, o que não impede nada, claro. O que nos liga
musicalmente é mais a Zizi do que o meu trabalho ou o trabalho dela.
Luiza é uma cantora pop e eu sou um cantor de canção. Pode ser que em
algum momento a gente se encontre nisso, mas a parceria da gente é de amizade
mesmo.
BANG3 - Quais os próximos passos
de divulgação do CD?! Existe alguma turnê prevista?!
AYRTON MONTARROYOS - Os próximos
passos é seguir o rumo que o CD vai tomando. Eu to aprendendo que ele tem
mais vida própria do que eu, não adianta eu querer muita coisa prá ele, porque
ele só vai onde ele quer mesmo. O próximo passo é estar disposto, com saúde,
ensaiando, trabalhando e ficando atento aos sinais da vida.
Agradecemos ao Ayrton Montarroyos pela disponibilidade em nos ceder essa entrevista e a Perfexx por viabilizar nosso contato.
Fiquem ligados que em breve teremos mais.
Colaboração: Talita Barbosa
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