Eles são poesia! Com influências diversas que vão do ska ao
blue, mas sem deixar a sua inspiração oriental. A paixão pela música
traduzida em uma união poética.
É assim o primeiro álbum do duo Haicu, formado pelo casal
Pedrinhu Junqueira e Júlia Shimura. Ele, compositor; ela, atriz. Ambos se
encontram nos versos dos haicais que compõem as letras do álbum homônimo, que
acaba de ser lançado e chega na sexta-feira nos serviços de música digital.
Produzido por Thomas Harres, Maurício Calmon e Pedro
Dantas, “Haicu” une delicadeza com letras fortes escritas por Pedrinhu e Júlia.
Unidos pela arte, eles poderiam ser mais um casal tradicional. Mas a paixão dos
dois pela música fez surgir também uma união poética. O lado musical da dupla
carrega inúmeras influências, sendo fortemente marcado pelos clássicos da MPB e
pela música americana e inglesa dos anos 60 e 70. As experiências com canto que
Júlia teve no teatro lhe deram coragem para dar voz às próprias composições.
Pedrinhu colocou a paixão pelo violão e as incontáveis canções que compõe desde
os 12 anos para completar a parceria.
“Eu já tinha ouvido, em ocasiões diferentes, pessoas
compararem algumas canções do Pedrinhu a haikus. Há alguns anos, experimentei
criar alguns em português respeitando a métrica e buscando elementos essenciais
como a relação de contemplação com a natureza, o entendimento da efemeridade do
tempo, elementos da filosofia zen que nós ocidentais buscamos a duras penas
compreender. Haiku acabou virando também o nome do duo, mas a gente resolveu
aportuguesar e deixar Haicu com cê”.
Conhecido como haicai (haikai) no Brasil, o haiku é um dos
estilos de poesia japonesa mais conhecidos no mundo. Ele produz uma melodia de
dualidade simples e curta, cabendo conceitos inteiros em poucas sílabas.
“A música é uma vibração, compor é como conseguir plasmar um
estado. Usamos muito essa palavra no teatro: estado. Quando cantamos, estamos
evocando um determinado estado. E isso é além do bem e do mal, é a evocação de uma
força”, afirma a cantora.
Pedrinhu completa: “Acho que Haicu tem uma vontade de campo
e simplicidade. Fomos criados na urbe e nos mudamos há poucos meses para fora
da babilônia. Diante de tanta confusão e ódio, penso que Haicu é sobre manter a
sobriedade sem perder a ternura e o lúdico”.
Para ouvir: https://soundcloud.com/haicuduo
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