Sabemos que o mercado de cinema brasileiro investe bastante nos filmes de comédias escrachadas ou nos dramas trágicos, levando as produções a uma característica de graça ou de desgraça dos personagens das tramas, principalmente as industrias cariocas, uma das que mais produzem filmes no Brasil na atualidade. Porém vem surgindo não uma quebra nos gêneros dominantes, mas uma tentativa de novas criações nesse meio cinematográfico que possa vim a dá uma nova roupagem a linguagem cinematográfica brasileira.
Lançado em abril de 2014 o filme “Confia
em Mim” de Michel Tikhomiroff é uma das poucas propostas
de um suspense nacional. O início do filme é caracterizado por uma monótona comedia
romântica, onde uma garota encontra um garoto, e embora ambos tenham problemas
familiares e profissionais, o amor magicamente soluciona esses conflitos. Mas essa poética vamos se dizer “melosa” se
rompe após 20 min de duração, quando surge o primeiro fator caracterizante do gênero
que foi proposto no roteiro de Fábio Danesi, é nesse momento que o roteirista consegue
prender o espectador à história, sem necessitar desenvolver uma forte
complicação, ele apenas rompe o básico de forma rápida deixando os expectadores
interessados em saber qual será o desfecho da história da aspirante a chefe de
cozinha Mari (Fernanda Machado) que sonha em ter seu próprio restaurante e pra
isso se submete ao trabalho duro e o empresário Caio (Mateus Solano) o simpático
rapaz que surge para facilitar a realização desse grande sonho.
No filme não há nenhum excesso de
closes ou de trilha sonora, apenas a recursos cinematográficos mais
tradicionais, com planos de conjuntos quando os personagens estão juntos, planos
próximos quando falam e um movimento preciso de câmera quando se deslocam.
Nenhuma imagem surpreende pela grandiosidade na beleza, ousadia ou pela
reflexão. Confia em Mim é um filme sem assinatura, sem traço autoral.
Que mesmo sendo uma proposta nacional ainda beira os moldes dos suspenses
americanos. Este sem dúvidas é um suspense sem
surpresas, mas que não ofende a inteligência do espectador.
Os diretores e produtores brasileiros atuais estão se aventurando
no cinema de gênero e isso é muito bem-vindo já que a grande maioria dos espectadores
nacionais procuram produções que na maioria das vezes não são as produzidas pelo
cinema brasileiro.
0 comentários:
Postar um comentário